Eleição estadual de Hamburgo em 2020
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23 de fevereiro de 2020 Serão eleitos para os 121 lugares no Parlamento Precisa-se de 61 lugares para obter a maioria | ||||
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Candidato | Peter Tschentscher | Katharina Fegebank | Marcus Weinberg | |
Partido | SPD | Os Verdes | CDU | |
Em 23 de fevereiro de 2020, a cidade-estado de Hamburgo, na Alemanha, realiza eleições para a 22 legislatura do Parlamento da cidade, após a Segunda Guerra Mundial.[1][2][3]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Desde a eleição federal em 2005, Angela Merkel segue como chanceler da Alemanha, através de coalizões com outros partidos, sobretudo com o Social-Democrata (SPD).[4] Nas eleições de 2017, porém, o partido resolveu apostar em um nome próprio para a chancelaria, o então líder da legenda Martin Schulz. Com a sua derrota, Schulz decidiu retirar o partido, do que comumente chama-se, "A Grande Coalizão".[5] Com a intervenção do Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier,[6] o partido voltou atrás e mantem na base de apoio do quarto governo Merkel e, com isso, Olaf Scholz, então prefeito de Hamburgo, foi convidado pela chanceler para ocupar o cargo de Ministro das Finanças, consequentemente, Vice-Chanceler da Alemanha.[7][8] Isso forçou os sociais-democratas a eleger um substituo na convenção estadual do partido em março de 2018 e, com isso, Peter Tschentscher foi eleito o novo Primeiro Prefeito de Hamburgo.[9][10]
Outros dois incidentes, que antecederam as eleições em Hamburgo, influenciaram-a: as eleições em Turíngia, que levou o liberal Thomas Kemmerich ao cargo de Ministro-Presidente do estado com o apoio do partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha, e do partido de Angela Merkel, União Democrata-Cristã (CDU).[11][12] Desde a criação da AfD, todas forças políticas do país, descartaram qualquer aliança ou cooperação com o partido, conhecido pelo discurso anti-imigração e por ter, dentro de seus membros, neonazistas.[12] Após críticas e pedido da própria Chanceler, Kemmerich renunciou o cargo e forçou o estado a realizar novas eleições. Em Hamburgo, o evento causou impacto na imagem do Partido Democrático Liberal, que tentou distanciar-se do ocorrido, mas, sem muito sucesso. Cartazes de candidatos liberais, em toda a cidade, foram pintados com os dizeres "Nazi", "Nazi Freunde", entre outros.[13]
O massacre na cidade de Hanau, no estado de Hesse, promovido por um alemão de 43 anos, que matou nove pessoas, também foi um tópico que influenciou as eleições em Hamburgo, sobretudo, porque o assassino, que suicidou-se, deixou uma carta de cunho racista, e defendendo ideologias extremistas de direta. Os partidos SPD, Verdes, CDU e Linke, cancelaram seus eventos de campanha por três dias e participaram de uma cerimônia na praça da Prefeitura, ao lado de cidadãos, em memória das vítimas.[14] Também houve uma manifestação em frente a sede estadual do partido de extrema-direita AfD, organizada pela candidata Cansu Özdemir (Linke), que reuniu 3.200 pessoas.[15][16]
Principais temas
[editar | editar código-fonte]Dentre os diferentes temas abordados durante as eleições, três se destacaram durante todo o processo e tornarem-se os principais tópicos de discussões: moradia, mobilidade e meio ambiente.[17][18]
Moradia
[editar | editar código-fonte]Hamburgo possui um problema de oferta e procura na área de moradia. Existem mais pessoas do que casas e, por isso, o tópico moradia tornou-se o tema principal nas eleições de 2020.[19] O Partido Social-Democrata, que atualmente governa ao lado d’Os Verdes, planeja construção massiva de moradias, para solucionar o problema.[17] Nas últimas eleições estaduais, que levou Olaf Scholz ao cargo máximo da cidade-estado, o partido já havia esse projeto em seu programa de governo. Agora, o partido quer aumentar o número de apartamentos sociais. Diferente do adotado em Berlim, onde o parlamento aprovou um teto para o preço do aluguel, do programa apresentado pelo partido de coalizão, Os Verdes, também dos partidos CDU e FDP, o Social-Democrata não quer impor um limite para o aluguel, mas, sim desenvolver um mecanismo fixo no preço e um limite adicional controlado.[17] O partido Linke, quer que 50% dos novos apartamentos sejam destinados para moradia social. Para o partido de extrema-direita AfD, a solução para o problema de moradia está no controle populacional da cidade. Em seu programa de governo, o partido afirma que Hamburgo não deve ter mais de 2 milhões de moradores. Uma pesquisa feita com pouco mais de mil cidadãos, mostrou que para quase 70% da população, construir novos imóveis e definir um teto no preço do aluguel é a solução mais viável.[17]
Meio ambiente
[editar | editar código-fonte]Para quase 79% dos moradores de Hamburgo, os temas meio ambiente e mitigação das mudanças climáticas, são importantes ou muito importantes, sobretudo nas eleições de 2020. Não somente para os jovens, mas para os eleitores acima de 65 anos de idade, temas sobre meio-ambiente tornarem-se cruciais. A Aliança 90/Os Verdes é o partido que mais tem propostas nessa área, enquanto FDP, AfD e CDU, apresentam poucas ideias na área.[18]
Convenções partidárias
[editar | editar código-fonte]Candidatos
[editar | editar código-fonte]# | Partido | Candidato | Profissão | |
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Peter Tschentscher | Doutor em Medicina e atual Primeiro Prefeito de Hamburgo | |||
Katharina Fegebank | Segunda Prefeita de Hamburgo e Senadora para Ciência, Pesquisa e Igualdade | |||
Marcus Weinberg | Historiador e ex-Soldado | |||
Cansu Özdemir | Cientista política, antropóloga cultural e membro do Parlamento de Hamburgo | |||
Anna-Elisabeth von Treuenfels-Frowein | Membro do Parlamento de Hamburgo | |||
Dirk Nockemann | Jurista e funcionário público | |||
Stephanie Böhning | - | |||
Katharina Luise Lotti Denker | - | |||
Volker Behrendt | - | |||
Katrin Kuntze | - | |||
Mira Alexander | - | |||
Michael Brandt | - | |||
Patricia Schröter Morales | - | |||
Ruth Kopelke | - | |||
Maike Drewes | - |
Campanha
[editar | editar código-fonte]Debates
[editar | editar código-fonte]Pesquisas de opinião
[editar | editar código-fonte]Pesquisa boca-de-urna
[editar | editar código-fonte]Contratante/Instituto | SPD | Verdes | CDU | LINKE | FDP | AfD | Outros |
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Infratest dimap (ARD)[20] | 37,5% |
25,5% |
11,5% |
9% |
5% |
4,7% |
6,8% |
Forschungsgruppe Wahlen (ZDF)[20] | 38% |
25,5% |
11% |
9,5% |
5% |
4,8% |
6,2% |
Pesquisas
[editar | editar código-fonte]Período da pesquisa | Contratante/Instituto | Total de entrevistados | SPD | Verdes | CDU | LINKE | FDP | AfD | Outros |
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19-20 de Fevereiro de 2020 | Forschungsgruppe Wahlen | 1.184 | 39% |
24% |
12% |
8,5% |
5% |
6% |
6,1% |
12-17 de Fevereiro de 2020 | INSA | 1.006 | 38% |
23% |
13% |
8% |
5% |
7% |
6% |
2 de Janeiro-14 de Fevereiro de 2020 | Universität Hamburg | 1.004 | 34% |
32% |
12% |
7% |
6% |
5% |
6% |
11-13 de Fevereiro de 2020 | Forschungsgruppe Wahlen | 1.128 | 37% |
25% |
13% |
8% |
4,5% |
7% |
5,5% |
10-12 de Fevereiro de 2020 | Infratest dimap | 1.003 | 38% |
23% |
14% |
8% |
5% |
6% |
6% |
30 de Janeiro-4 de Fevereiro de 2020 | Infratest dimap | 1.000 | 34% |
27% |
14% |
8% |
5% |
7% |
5% |
24-29 de Janeiro de 2020 | Trend Research Hamburg | 672 | 33% |
24% |
14% |
10% |
7% |
7% |
5% |
16-21 de Janeiro de 2020 | Infratest dimap | 1.002 | 32% |
27% |
16% |
8% |
6% |
7% |
4% |
2-7 de Janeiro de 2020 | Infratest dimap | 1.000 | 29% |
29% |
15% |
9% |
7% |
7% |
4% |
18 de Dezembro de 2019-2 de Janeiro de 2020 | Forsa | 1.009 | 29% |
26% |
16% |
10% |
7% |
7% |
5% |
27-31 de Dezembro de 2019 | Trend Research Hamburg | 678 | 32% |
23% |
13% |
13% |
8% |
8% |
4% |
22 de Novembro-20 de Dezembro de 2019 | Civey | 2.041 | 30,4% |
24,1% |
13,6% |
13,7% |
7,4% |
7,5% |
3,3% |
11-16 de Dezembro de 2019 | Universität Hamburg | 1.004 | 28% |
26% |
17% |
11% |
6% |
7% |
5% |
Resultados
[editar | editar código-fonte]O resultado completo e final será divulgado em 24 de Fevereiro de 2020.[21]
Partido | Votos | % | +/- | Assentos | +/- | % de Assentos | |
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Partido Social-Democrata (SPD) | 1.591.098 | 39,2 | 6,4 | 54 | 4 | 43,9 | |
Aliança 90/Os Verdes (Grüne) | 980.361 | 24,2 | 11,9 | 33 | 18 | 26,8 | |
União Democrata-Cristã (CDU) | 452.372 | 11,2 | 3,7 | 15 | 5 | 12,2 | |
A Esquerda (Linke) | 368.471 | 9,1 | 0,6 | 13 | 2 | 10,6 | |
Alternativa para Alemanha (AfD) | 214.596 | 5,3 | 0,8 | 7 | 1 | 5,7 | |
Partido Democrático Liberal (FDP) | 201.162 | 4,9 | 2,5 | 1 | 8 | 0,8 | |
Die PARTEI (PARTEI) | 56.775 | 1,4 | 0.5 | 0 | ±0 | 0 | |
Volt Alemanha (VOLT) | 52.241 | 1,3 | 1.3 | 0 | ±0 | 0 | |
Outros | 137.785 | 3,4 | 0 | ±0 | 0 | ||
Total | 4.054.861 | 100 | 123 | 2 | |||
Participação do eleitor | 63,2 | 6,7 |
Referências
- ↑ «Grüne profitieren mehr vom Regieren als die SPD» (em alemão). NDR. 28 de fevereiro de 2019. Consultado em 9 de agosto de 2019
- ↑ «Bürgermeisterwahl könnt am 1. März 2020 stattfinden» (em alemão). Hamburger Abendblatt. 9 de agosto de 2019. Consultado em 9 de agosto de 2019
- ↑ «Weinberg: "Ich bin auch Bürgermeisterkandidat"» (Vídeo) (em alemão). NDR. 7 de agosto de 2019. Consultado em 9 de agosto de 2019
- ↑ «A chanceler federal Angela Merkel». Deutsche Welle. Terra. 15 de julho de 2019. Consultado em 23 de Fevereiro de 2020
- ↑ «Alemanha caminha para reedição da "grande coalizão"». Deutsche Welle. 27 de Novembro de 2017. Consultado em 24 de Fevereiro de 2020
- ↑ Chase, Jefferson (21 de Novembro de 2017). «Presidente tenta salvar governo Merkel». Deutsche Welle. Consultado em 24 de Fevereiro de 2020
- ↑ «Partido de Merkel rompe "barreira imperdoável" ao alinhar com extrema-direita nas eleições regionais». Jornal de Negócios. 6 de Fevereiro de 2020. Consultado em 24 de Fevereiro de 2020
- ↑ Knight, Ben (14 de Março de 2018). «Angela Merkel é reeleita para o quarto mandato como chanceler federal da Alemanha». Deutsche Welle. Consultado em 24 de Fevereiro de 2020
- ↑ «Tschentscher zum neuen Bürgermeister gewählt». dpa (em alemão). Frankfurter Allgemeine. 28 de março de 2019. Consultado em 5 de março de 2020
- ↑ Lauterbach, Jörn (17 de março de 2019). «Die stille Macht» (em alemão). Welt. Consultado em 5 de Março de 2019
- ↑ «Dirigente eleito com apoio da extrema-direita demite-se após críticas de Merkel». Agence France-Presse. Diário de Notícias. 6 de Fevereiro de 2020. Consultado em 5 de Março de 2020
- ↑ a b «Coalizão alemã exige novas eleições na Turíngia após caso AfD». AFP/RTR/DPA. Deutsche Welle. 8 de Fevereiro de 2020. Consultado em 5 de Março de 2020
- ↑ Wiegand, Ralf (11 de Fevereiro de 2020). «FDP in der Krise: "Bis letzte Woche hätte ich noch gesagt, in Hamburg ist die Lage komplett anders"» (em alemão). Hamburgo: Süddeutsche Zeitung. Consultado em 5 de Março de 2020
- ↑ «So gedenken die Hamburger der Opfer von Hanau» (em alemão). Welt. 20 de Fevereiro de 2020. Consultado em 5 de Março de 2020
- ↑ «Hamburgs Politiker sagen Wahlkampf nach Anschlag von Hanau ab». dpa/ant/juwe (em alemão). Welt. 20 de Fevereiro de 2020. Consultado em 5 de Março de 2020
- ↑ David, Olivier; Düsterhöft, Stefan; Gözübüyük, Daniel; Jost, Eva; Schlink, Mike (20 de Fevereiro de 2020). «Anschlag in Hanau: Protest vor AfD-Zentrale – 3200 Menschen zogen in die Schanze» (em alemão). Hamburger Morgenpost. Consultado em 5 de Março de 2020
- ↑ a b c d «Wohnen ist eines der Top-Wahlkampfthemen» (em alemão). NDR. 28 de Janeiro de 2020. Consultado em 27 de Fevereiro de 2020
- ↑ a b «Umfrage: Hamburger würden für Klimaschutz zahlen» (em alemão). NDR. 6 de Fevereiro de 2020. Consultado em 27 de Fevereiro de 2020
- ↑ Ismar, Georg; Monath, Hans (16 de Fevereiro de 2020). «Hamburgs Bürgermeister vor der Wahl am 23. Februar: „Nur der Bau neuer Wohnungen hilft"» (em alemão). Der Tagesspiegel. Consultado em 27 de Fevereiro de 2020
- ↑ a b Krug, Simon; Neumann, Florian; Florian, Franziska; Märländer, Robert (23 de Fevereiro de 2020). «Hamburg-Wahl 2020: Prognose und Hochrechnung - FDP und AfD müssen zittern» (em alemão). Münchener Zeitungs. Consultado em 24 de Fevereiro de 2020
- ↑ «Alle Ergebnisse und Grafiken der Bürgerschaftswahl im Überblick» (em alemão). Die Welt. 23 de Fevereiro de 2020. Consultado em 24 de Fevereiro de 2020